Soluções em Foco #11: Estações Ecológicas de Tratamento de Esgoto

26/04/2024


Atualizado em 26/04/2024  |  por Equipe OICS

No contexto brasileiro, o saneamento básico é um grande desafio, ainda mais quando falamos de municípios socialmente mais vulneráveis. Para reduzir as consequências da falta de acesso nessas comunidades, algumas soluções sustentáveis relacionadas ao tratamento de esgoto nas cidades têm ganhado espaço nos últimos anos. Uma das alternativas propostas é a criação de Estações Ecológicas de Tratamento de Esgoto (EETEs), uma Solução Baseada na Natureza (SBN) que, ao integrar elementos naturais em seu processo, não só tratam os efluentes, mas também promovem a regeneração ambiental. 

Em seu funcionamento, as EETEs recebem o esgoto coletado da rede sanitária, incluindo efluentes industriais, e o submetem a uma série de tratamentos biológicos. Esses tratamentos podem variar de biodigestores anaeróbios a sistemas de filtragem e lagoas de oxigenação, onde a ação das bactérias e a radiação solar contribuem para a purificação do esgoto. Contudo, o processo só é possível pelo trabalho fundamental realizado nas lagoas filtrantes com plantas macrófitas, que promovem a limpeza e o sequestro do carbono. 

A Estação Ponte dos Leites de Águas de Juturnaíba, situada em Araruama, é reconhecida como a maior estação ecológica de esgoto do Brasil devido à sua capacidade de atendimento, inovação e sustentabilidade. Inaugurada em 2009, o seu sistema circular combina métodos como fito e biorremediação, filtros e decantação para limpar as águas residuais. A evapotranspiração das plantas devolve águas limpas à natureza e reduz o volume do efluente. Além disso, o crescimento rápido da vegetação, alimentado por nutrientes absorvidos, também gera recursos através de compostagem e artesanato.

As EETEs, ao incorporar biodigestores, capturam o metano gerado no processo e transformando-o em uma fonte de energia útil para uso industrial ou residencial, como gás de cozinha. Assim, esse sistema é capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Por isso, além de tratar os efluentes de forma eficiente, esse ciclo também contribui para a mitigação das mudanças climáticas. 

Enquanto as estações de tratamento convencionais exigem investimentos e infraestrutura extensivos, as EETEs oferecem uma abordagem mais econômica e de baixo impacto ambiental. Ainda, ao promover a saúde dos ecossistemas aquáticos e a qualidade da água, essas soluções desempenham um papel fundamental na melhoria da saúde pública e na preservação dos recursos naturais.

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