Soluções em Foco #28: Jardins filtrantes para recuperar margens de rios

14/02/2025


Atualizado em 14/02/2025  |  por Equipe OICS

A urbanização acelerada transformou profundamente os rios das cidades, eliminando suas margens naturais e reduzindo a capacidade de filtragem da água. Antigamente, as áreas brejosas próximas aos rios atuavam como esponjas naturais, retendo e depurando a água antes de ela seguir seu curso. No entanto, a retificação e a canalização desses cursos d'água eliminaram essa função ecológica essencial, resultando em contaminação, perda de biodiversidade e aumento do risco de inundações. Para enfrentar esse desafio, soluções inovadoras vêm sendo aplicadas em diversas cidades, entre elas os jardins filtrantes.

Os jardins filtrantes são infraestruturas verdes projetadas para restaurar as funções ecológicas perdidas, promovendo a filtragem natural da água por meio da vegetação e de diferentes tipos de substrato. Instalados em áreas que anteriormente eram zonas de inundação, esses jardins utilizam a fitorremediação para remover poluentes e melhorar a qualidade da água. 

Além do benefício ambiental direto, essa solução contribui para a revitalização urbana, criando espaços verdes que tornam a cidade mais agradável e resiliente. Cidades ao redor do mundo já têm implementado jardins filtrantes como estratégia para lidar com a poluição hídrica e as consequências da impermeabilização do solo. No Brasil, essa abordagem tem grande potencial, especialmente em áreas urbanizadas que enfrentam problemas recorrentes com enchentes e degradação ambiental.

O projeto na Praça Antônio Maria, em Recife, introduz jardins filtrantes para restaurar as funções ecológicas de um córrego afluente do rio Capibaribe. Desenvolvidos por uma empresa francesa especializada em soluções baseadas na natureza, esses jardins mimetizam processos naturais dos brejos, auxiliando no tratamento da água e na recuperação ambiental. Além dos benefícios ecológicos, o projeto contribui para a conscientização ambiental dos moradores, integrando-se ao plano Rec500, que busca transformar o rio Capibaribe em um eixo estruturante da cidade até 2037.

Ao reintroduzir áreas vegetadas junto aos rios, os jardins filtrantes sequestram carbono, ajudando no combate às mudanças climáticas. O solo rico em biodiversidade resultante dessa recuperação também funciona como um reservatório de carbono, contribuindo para a mitigação dos impactos ambientais. Além disso, ao restaurar habitats naturais, a solução favorece o retorno de espécies nativas, promovendo a biodiversidade local.

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