Artigo Estudos de Caso

A Ecobarreira flutuante do Arroio Dilúvio em Porto Alegre

Metodologia

Soluções Baseadas na Natureza (NBS)

Ilhas filtrantes flutuantes artificiais

Brasil

Rio Grande do Sul(RS)

Em março de 2016, no trecho entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Beira Rio, próximas da foz do Arroio do Dilúvio, um córrego de Porto Alegre que flui em áreas com grande densidade populacional, pois corta a cidade de leste à oeste e desemboca na Bacia do Lago Guaíba, teve início o funcionamento de uma ecobarreira ecológica flutuante. A ecobarreira é uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Instituto Safeweb, construída pela empresa Ecotelhado para conter qualquer resíduo sólido que flutue pelo arroio em até 20 centímetros de profundidade, que serão retirados diariamente e as ilhas flutuantes irão auxiliar na limpeza da água. Ao longo das ilhas flutuantes, existe um pórtico como se fosse uma “grade” que concentrará o lixo coletado, para depois ser retirado.

Custo para Implementação

De cem a quinhentos mil reais

Valor do ano de 2016.

Desafios

  • A descontaminação do arroio com a retirada do lixo, melhora a biodiversidade, além de não alterar a ecologia dos ecossistemas aquáticos, pois não usa produtos químicos.

Motivação

A partir dos anos 80 o percurso do Arroio do Dilúvio sofreu uma intensa urbanização totalmente desordenada, uma explosão demográfica sem qualquer planejamento urbano, ocupando os espaços sem haver nenhuma instalação de tratamento de esgoto, fazendo com que o Dilúvio ficasse poluído desde a sua nascente o que provocou um impacto severo ao arroio, onde as áreas verdes desapareceram, as águas ficaram poluídas, havendo necessidade urgente de um programa de revitalização e responsabilidade ambiental envolvendo também a comunidade para que entendesse a área não só como de preservação ambiental, mas também de lazer e qualidade de vida para a população. A iniciativa foi da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, numa parceria com o Instituto Safeweb tendo como objetivo impedir a chegada do lixo flutuante do Arroio do Dilúvio ao Lago Guaíba.

Contexto

A Avenida Ipiranga, que percorre o Arroio Dilúvio por 11 km, estabelece uma grande integração entre diversos bairros de Porto Alegre, ligando a cidade de um extremo ao outro e, pelo menos, 400 mil pessoas, de Porto Alegre a Viamão, convivem diariamente com o Arroio do Dilúvio. Com a construção da Avenida, toda a área valorizou-se, trazendo vários investidores tornando-se um corredor de serviços e comércio. Porém, apesar dos esforços do poder público em melhorar a qualidade de vida dos habitantes da área, como a instalação de ciclovias na beira do arroio; a ampliação do sistema de esgoto sanitário ainda não é o suficiente para reverter a poluição das águas do Arroio. Tem havido um crescimento muito rápido na área que não foi acompanhado pelo saneamento necessário. “A questão do esgoto não pode se desvincular da moradia. Porto Alegre tem R$ 4 bilhões de déficit habitacional e isso é a raiz fundamental da questão do esgoto. As pessoas vão se instalando em áreas que não poderiam ser regularizadas”, comenta o professor Carlos André Bulhões, que atua no Instituto de Pesquisas Hídricas da UFRGS. (2020).