Artigo Estudos de Caso

Ciclotáxis no Centro Histórico da Cidade do México

Metodologia

Mobilidade

Ciclotáxis

México

Cidade do México ()

Resultados e Impactos

O relatório "Plan Verde - Cuatro Años de Avances" expõe os resultados e impactos da implementação da meta de substituição de 75000 táxis por unidades menos poluentes, mas não discrimina quantas destas unidades tornaram-se ciclotáxis ou veículos motorizados. O relatório aponta, entretanto, que a execução da meta ultrapassou em 49 unidades o que havia sido previsto inicialmente alcançando uma redução de 786.254 toneladas de gás carbônico entre 2008 e 2011.

Fatores de Sucesso

Sociais

Ambientais

Econômicos

Fatores de Fracasso

Não há fatores de fracasso reportados.

Fatores de Risco

Para o passageiro, o custo do ciclotáxi é maior que o de um táxi convencional operando com taxímetro. Isso se explica, talvez, pelo fato desses veículos serem operados por pessoas, o que incrementa elementos como esforço e desgaste físico, muito embora alguns deles também contem com motor elétrico. Importante sublinhar também que o custo da viagem aumenta por cada passageiro adicional. Neste sentido, uma viagem de aproximadamente um quilômetro entre o Zócalo (marco zero da cidade) e o Palacio de Bellas Artes custava 30 pesos mexicanos em 2012 (equivalentes a R$ 5,90 com cotação de 2018), podendo elevar-se a 50 pesos mexicanos (20 pesos por passageiro adicional, logo R$ 9,90). O alto custo dos ciclotáxis é um risco que pode vir a inibir a migração modal da população-alvo. Dado o alto custo dos ciclotáxis, circulam pela mesma região ciclotáxis piratas (ou seja, que não levam o emblema do governo). Eles transitam, portanto, sem permissão oficial e em veículos que não dispõem de padrões de qualidade ambiental como os ciclotáxis oficiais possuem. Matéria do El País, de 30 de outubro de 2012, relatou que esses modelos piratas são azuis e cobram mais barato. Por fim, o desgaste físico para a operacionalidade dos ciclotáxis podem trazer transtornos a médio prazo para quem os dirige. Segundo a mesma reportagem, motorista de ciclotáxi revelou ter desenvolvido problemas nas articulações do joelho após três anos dirigindo um ciclotáxi convencional sem motor elétrico. O mesmo personagem relatou, também, sofrer com os taxistas convencionais, que não hesitam em dar "fechadas" no trânsito como contrapartida pela concorrência exercida pelos ciclotáxis na região.

Lições aprendidas

Uma lição aprendida referente a esse estudo de caso diz respeito à força dos elementos estéticos-simbólicos presentes no espaço urbano como possíveis "catalisadores" de mudanças de hábitos coletivos favoráveis ao desenvolvimento sustentável e à qualidade de vida das cidades. Dentre as referências e fontes consultadas, foi verificado que os ciclotáxis têm funcionado como elemento estético-simbólico da paisagem, que transparece uma imagem "ecológica" e "sustentável". Se por um lado, isso pode colocar em xeque a efetividade dos ciclotáxis como meios de transporte sustentáveis, transferindo-lhes apenas a função de "enfeites", por outro lado, justamente através da promoção desses "enfeites" é que pode se conseguir chamar a atenção da população-alvo para melhores práticas de mobilidade.