Tratamento de esgotos por processo biológico aeróbio eletroquimicamente assistido - Universidade de Brasília - Brasil

Metodologia

Segundo Fonseca (2017), o tratamento eletrolítico vem sendo utilizado para depuração de efluentes diversos. Os processos que compõem esse tratamento dissociam determinadas moléculas ionicamente por meio da corrente elétrica, tornando possível a separação dos resíduos da fase líquida durante o processo. O mecanismo de tratamento do processo eletrolítico podem ser: reações de oxidação anódica e redução catódica, eletrodiálise e eletrocoagulação, etrofloculação e eletroflotação. No momento da construção de um reator eletrolítico, fatores como o tipo de eletrodos, a corrente elétrica ou potencial aplicado e fluxo de efluente, devem ser adaptados para cada caso e tipo de efluente. No estudo experimental realizado pela pesquisadora, foi utilizada água residuária sintética cujas características simularam efluente doméstico proveniente de uma unidade residencial unifamiliar pré-tratado por um tanque séptico (reator anaeróbio). A etapa de operação, manutenção e controle do reator foi dividida em três fases onde cada uma corresponde a um estágio do sistema: (1) Fase 1 - aplicação do eletrodo de grafite flexível de tela lisa como reforço metálico; (2) Fase 2 - Aplicação do eletrodo de aço inox; (3) Fase 3 - aplicação do eletrodo de grafite puro rígido. O sistema experimental foi constituído de três reatores com volume total de quatro litros cada um, sendo que o volume útil de cada reator era de 3,6 L, equivalente a 90% de seu volume total. O sistema foi alimentado a partir de uma bombona de 100L que armazenou o afluente utilizado no processo e foi distribuído para os reatores por meio de uma bomba Sarlo Better 2700 L/h. O efluente tratado nos reatores foi descartado separadamente em receptáculos individuais, cada um com volume de 56L. A aeração e agitação do meio nos três reatores foi garantida por meio de compressores de ar. O estudo foi realizado de forma experimental e baseada em sistemas de reatores de bancada. A metodologia foi concebida com a finalidade de avaliar o desempenho de um sistema de esgotos por processo biológico aeróbio eletroliticamente assistido. O sistema em escala de bancada funcionou de forma automatizada e era composto por três reatores operados em bateladas sequenciais: um reator biológico aeróbio, um reator eletrolítico e um reator bioelétrico. Com base nas dimensões do reator e nas densidades de corrente desejadas, determinou-se que cada reator contaria com 8 placas de eletrodos, com cada eletrodo tendo as seguintes dimensões: 13 cm de largura e 14 cm de altura. A distância de separação entre as placas foi de 1,0 cm. Essa distância foi assim determinada devido às dimensões do reator, concomitantemente à necessidade de facilitar a sua construção, para manter as mesmas distâncias e para evitar dízimas periódicas (FONSECA, A. A. 2017).