Artigo Estudos de Caso

Worn Wear - Empresa Patagonia

Metodologia

Saneamento Ambiental - RESÍDUOS SÓLIDOS

Mecanismo de incentivo à circularidade de produtos têxteis

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Com o objetivo de transformar a forma como as roupas são desenhadas, produzidas, vendidas e usadas para se libertar da sua natureza crescente de descartabilidade a empresa Patagonia lança sua própria iniciativa para atacar esse problema. Segundo a empresa, uma das atitudes mais responsáveis a serem tomadas como empresa é a produção de bens duráveis de alta qualidade, para que durem anos, e também pensados para o reparo, onde o consumidor não tem a obrigação e a necessidade de comprar mais do mesmo produto. Dessa forma, a empresa criou seu próprio website de troca, venda e compra de produtos de segunda mão da marca Patagonia. Hoje são 45 técnicos de reparo empregados no centro de serviços da empresa em Reno, Nevada nos Estados Unidos. É a maior instalação de reparo na América do Norte, completando mais de 40 mil reparos por ano. A empresa também se uniu a iFixit, experts em reparo, para criar guias de cuidado e reparo para o consumidor fazer em casa.

Custo para Implementação

Informação não disponível

Desafios

  • Ao oferecer uma plataforma acessível para que os seus consumidores re-vendam suas peças usadas, a marca torna atrativo financeiramente para que seus usuários prefiram esse destino para suas roupas, ao invés de descartá-los incorretamente, o que impacta diretamente na diminuição de resíduos sólidos gerados, da forma mais efetiva.

Motivação

Desenhar e produzir novas peças de roupa com maior qualidade, e prover acesso a elas através de novos modelos de negócio irá ajudar na transição de percepção de descartabilidade das roupas que existem hoje para que sejam vistas como itens duráveis. Ao aumentar o número de vezes que uma roupa é usada, pode ser a maneira mais poderosa de capturar valor, e reduzir a pressão nos recursos naturais, diminuindo efetivamente os impactos gerados pela indústria. A relação das pessoas com roupas hoje em dia é particularmente complexa. Muitos usam e compram roupas por uma variedade de motivos. Além de motivações práticas como as funcionalidades que cada peça oferece, como esquentar o corpo, a indústria da moda hoje preenche um papel de emoções e desejos da sociedade mais sutís, como expressão de identidade, demonstração de valores, entre outros. Dessa forma, ao proporcionar um website de recompra de usados por uma marca extremamente conhecida, diferentes pessoas e públicos com diferentes necessidades relacionadas a roupas, são proporcionados com a possibilidade de uma nova forma de consumo, mais consciente e com menor impacto no meio ambiente, mas ainda suprindo as mesmas necessidades.

Contexto

Globalmente, o número de vezes em que uma roupa é utilizada antes de ser descartada, tem caído em 36% comparado a 15 anos atrás, segundo o relatório New Textiles Economy da fundação Ellen MacArthur de 2018. Esse número é exacerbado pelas taxas de utilização de economias emergentes. Em países como a China por exemplo, a média da taxa de utilização caiu de 200 usos para 62 usos de uma mesma peça de roupa, mais baixo do que na Europa. A transição para novos modelos de negócios de varejo de moda vai variar dependendo da região, nível de renda e tendências de consumo atuais. Para mercados mais maduros, como a Europa e a América do Norte, um desafio chave é o aumento nas taxas de utilização de roupas, e reverter a tendência de "fast fashion" onde roupas são vistas como bens descartáveis. Em alguns mercados em desenvolvimento, onde a taxa de utilização de roupas ainda é alta, o desafio apresentado é de manter essas taxas altas enquanto a população de classe média aumenta, e com isso o média de renda da sociedade. Além disso, para quebrar o atual caminho linear para roupas, onde matérias primas são extraídas, transformadas em produtos, e descartadas após poucos usos, novos modelos para analisar o estado atual das suas roupas, e mantê-las em bom estado são essenciais. Para uma nova economia dos têxteis, precisamos de modelos que não sejam centrados na posse de bens materiais, que se adequem às transições de necessidades e estilos das pessoas, que oferecem explicitamente produtos de alta qualidade em conjunto com serviços adicionais de reparo e garantia para aqueles que valorizam durabilidade. Já existem oportunidades econômicas para muitos desses modelos, e marcas e grandes varejistas também podem explorar esses benefícios com esforços de marketing. Idealmente, esses modelos eventualmente levariam para roupas com maior durabilidade, que poderiam ser suportados por compromissos entre a indústria e políticas públicas. Esses pontos conduzem para 3 ações chaves que podem dar início a transição da cultura de desperdício e descartabilidade que vemos para as roupas: escalando modelos de aluguel de roupas de curto prazo; trazendo mais atratividade para peças duráveis e aumentando a taxa de uso de peças já adquiridas.